terça-feira, 5 de novembro de 2013

Fatores de risco

         Na maior parte do século passado a esteatose não era uma doença comum na população. Essa doença começou a ser notada no final do século passado, que coincidentemente (ou não) foi quando começou a ter um maior número de obesos em países desenvolvidos. Alguns fatores de risco para que se tenha esteatose hepática são: obesidade (70% das pessoas com esteatose são obesos), consumo de bebidas alcoólicas, pessoas com colesterol elevado, indivíduos resistentes à insulina, entre outros. Nesse post explicarei um pouco mais sobre o fator de risco relacionado à resistência à insulina.
A insulina é um hormônio produzido nas células beta das ilhotas pancreática e é secretado para a circulação sanguínea, tendo por objetivo permitir a entrada de glicose para dentro das células.            
          A insulina liga-se a um receptor na membrana da célula (possui duas subunidades alfa e duas subunidades beta) que está ligado a uma enzima chamada tirosina quinase. Como o próprio nome da enzima sugere, ela tem a função de fosforila outra enzima chamada IRS (substrato do receptor de insulina) que irá desencadear uma série de reações que ao final irão promover a migração de proteínas, que facilitarão a entrada da glicose na célula, para a membrana, permitindo assim a entrada da glicose na célula.
         Antes de continuar falando sobre a insulina, farei um pequeno comentário sobre a síntese de lipídios. A produção de lipídios tem início com um fator de transcrição denominado SREBP (Proteína de Ligação ao Elemento de Resposta a Esterol), o qual estimula a transcrição de alguns genes que irão iniciar a produção de lipídios (colesterol, ácidos graxos, triglicérides, etc). No fígado possui três tipos de SREBP. Um deles, o SREBP-1c, é o que promove a transcrição do gene responsável pela síntese de ácidos graxos.
        Tendo em vista os dados acima, podemos falar sobre a esteatose associada à resistência à insulina. Quando um indivíduo apresenta resistência a insulina (a maquinaria de receptores de insulina não respondem com eficiência), o pâncreas tende a produzir mais insulina para tentar fazer a glicose entrar nas células, e assim a insulina se acumula na corrente sanguínea. A insulina estimula a produção de ácidos graxos no fígado, provavelmente mediada pelo fator de transcrição SREBP-1c. Assim, ocorre a deposição de gordura no fígado, causando a esteatose.
        Alguns fatores que podem causar a resistência à insulina são a obesidade, o sedentarismo, a síndrome do ovário policístico e a diabetes tipo 2. Para combater alguns dos fatores que causam resistência a insulina basta mudar a dieta alimentar (revejam o post de Dietas associadas ao tratamento de esteatose) e fazer práticas regulares de exercícios físicos.


                                                                                                   Post por Mateus Félix



Bibliografias:

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