quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Diagnóstico da esteatose através de tomografia computadorizada e a importância do diagnóstico precoce

        A  esteatose  caracteriza-se também por apresentar uma peculiaridade que impede, muitas vezes, o diagnóstico precoce: a doença é assintomática. Sendo assim, o diagnóstico precoce geralmente não é obtido através de queixas diretamente voltadas ao fígado, mas sim quando se busca um diagnóstico para doenças localizadas em outros órgãos da região abdominal. 
         Ainda que sejam constatadas alterações na estrutura e volume do fígado, o diagnóstico de esteatose é baseado em critérios que classifiquem o quadro clínico apresentado pelo paciente. Esses critérios se baseiam em análises quantitativas e qualitativas.
          Hoje, com o auxílio da tomografia computadorizada, sabe-se que é mais eficaz utilizar as análises dos coeficientes de atenuação somente do fígado ao invés de estabelecer uma correlação entre os coeficientes de atenuação do fígado e do baço, ainda que  a última análise citada seja a mais utilizada para diagnósticos clínicos atualmente.
      Em  relação aos coeficientes de atenuação do fígado, análises evidenciam que existem diferenças significantes entre os coeficientes de atenuação que configuram a esteatose leve e a moderada. Já, entre a esteatose moderada e a acentuada a diferença entre os coeficientes não são tão distantes. Hoje, há uma padronização que agrupa os graus da esteatose conforme as unidades de Hounsfield , assim, é considerada uma esteatose leve a que apresenta um coeficiente de atenuação acima de 56 unidades de Hounsfield, entre 56 e 32 unidades a esteatose é considerada moderada e abaixo de 32 unidades a esteatose é considerada com grau acentuado. Há também um exame de sangue capaz de detectar anormalidades no fígado, e consiste em exames com dosagens de transaminases.



        Ainda que seja uma doença assintomática, o diagnóstico pode ser mais eficaz se os grupos de risco forem identificados e informados da sua maior probabilidade de desenvolvimento da doença. Os grupos que possuem maior probabilidade de desenvolver a esteatose são: mulheres, pessoas que tiveram perda excessiva de peso, pessoas com colesterol alto, desnutridos, diabéticos etc. Provavelmente, os índices de esteatose entre os brasileiros irá aumentar nos próximos anos, já que a população está ficando cada vez mais obesa.
     O diagnóstico precoce é de imensa importância pois o quadro de esteatose hepática pode se desenvolver para um quadro de cirrose hepática.

Referências:
http://www.cavalliericlinica.com.br/saude.php

Post por: Rayone Nunes da Silva

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Estatísticas da esteatose


Estima-se que, no planeta, aproximadamente 25% da população sofra de esteatose hepática; porcentagem essa que pode crescer substancialmente nos países nos quais a obesidade constitui um problema de saúde pública - os países desenvolvidos principalmente. Isso porque, entre os obesos, a taxa de esteatose é de quase 95% e entre os diabéticos do tipo II pode chegar a 92%.
Em torno de 20% da população geral e até 40% das pessoas a partir de 50 anos, nos Estados Unidos, apresentam essa doença a qual é a doença hepática mais encontrada no mundo. Entre os gêneros, o mais acometido é o feminino(60%-80%).
O Brasil, apesar de não ser um país desenvolvido, sabe-se que é também bastante afetado pela esteatose mesmo que não haja dados oficiais do Ministério da Saúde. Isso pode ser presumido de acordo com as pesquisas sobre a saúde do brasileiro as quais mostram maus hábitos de vida de boa parte da população como tabagismo, sedentarismo, alcoolismo, consumo de produtos industrializados e uma dieta rica em gordura. Para piorar a situação, nos últimos 28 anos houve um significativo aumento na taxa de crianças e jovens com excesso de peso em que os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE) apontam uma taxa de 16,7% entre pessoas de 10 a 19 anos, o que corresponde a aproximadamente 5,9 milhões de jovens com excesso de peso.
Portanto, para que esses dados diminuem seria necessária uma mudança no hábito de vida da população, o que não se mostra que poderá ocorrer, pelo menos em curto prazo. Assim, infelizmente, não são esperadas melhoras drásticas nas estatísticas referentes a esteatose hepática tanto no Brasil como no mundo.


                                                                                                                                              Post por Luan de Góis Lucas


Fontes:
http://www.icfigado.org/index.php?option=com_content&view=article&id=26&Itemid=41

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Dietas aliadas ao tratamento de esteatose



Dietas aliadas ao tratamento de esteatose


 A ocorrência de esteatose esta relacionada a vários hábitos e doenças, sendo os principais: o consumo excessivo de álcool, cerca de 20g de etanol por dia (o equivalente a 500 ml de cerveja, 50 ml de vodka ou 40 ml de whisky), diabetes mellitus descompensado, a desnutrição, a obesidade.

As alterações no metabolismo dos lipídios pelo acumulo nos hepatócitos causam esteatose hepática devido ao aumento da lipogênese, déficit na oxidação de organelas celulares e baixa habilidade do fígado em exportar lipídios. Neste último caso, o acúmulo de lipídios no fígado prejudica o turnover das apolipoproteínas B-100 (principal proteína estrutural da lipoproteína de muito baixa densidade – VLDL), que é regulada pela presença dos ácidos graxos poliinsaturados.

O tratamento baseia-se no controle dos distúrbios associados, como o diabetes mellitus descampensado, a obesidade e a hiperlipidemia e por isso a terapia nutricional é fator indispensável na melhora do quadro, nos casos desencadeados por alcoolismo, este deve ser completamente excluído da dieta. Além disto, dietoterapia para tal disfunção se baseia na manutenção de um peso saudável, e sendo assim como toda dieta ideal para perda de peso e controle de hiperlipidemia, devem ser ricos em frutas, vegetais, ácidos graxos poli e monoinsaturados e alimentos integrais.

Quanto a distribuição de macronutrientes a dieta deve ser hipolipídica, sendo a quantidade de lipídeos recomendada de aproximadamente 25% com relação ao valor calórico total da dieta e valores normais para proteína e carboidratos. Estes últimos devem ser preferencialmente advindos de alimentos mais integrais, como farelos, pães, biscoitos, leguminosas e outros, pela maior quantidade de fibras solúveis presente.
As fibras solúveis, realizam uma importante função no manejo da esteatose hepática, pois se complexam com a glicose e com lipídeos presentes no bolo alimentar e dificulta a absorção destes, causando assim uma diminuição de seus níveis séricos. 
Os leites e derivados devem ser sempre desnatados e com o menor teor de gordura possível, sendo os mais recomendados: ricota, cotagge. É importante evitar o consumo de doces e alimentos açucarados, pois o excesso de glicose acarreta aumento dos níveis de triglicerídeos no sangue, condição da gênese da esteatose hepática. 
Outro aspecto que também pode ser avaliado é a preferência por frutas e alimentos de menor índice glicêmico, sendo que os que apresentam um maior nível promovem um pico de hiperglicemia, fator este desencadeante para a formação de triglicerídeos. 
Os ácidos graxos monoinsaturados e poliinsaturados, apresentam efeito cardioprotetor e podem influenciar no perfil lipídico sérico, mas precisam ser prescritos com cuidado pois estão presentes em alimentos bastante calóricos e fontes de lipídeos, como castanhas, nozes, azeite e outros. Mas temos peixes como salmão, atum e sardinha e cereais como linhaça, quinua que representam fontes destas boas gorduras. A prescrição de ômega-3 através de composto industrializado parece ser uma boa alternativa e apresentar-se como ótimo coadjuvante nesta terapia nutricional. 
Os ácidos graxos ômega-3 reduzem a inflamação e a infiltração gordurosa no fígado de pacientes com doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), o que ajuda a evitar que o paciente evolua para uma cirrose e insuficiência hepática.
Segundo a Sociedade Brasileira de Nutrição Enteral e Parenteral, a suplementação oral com 1 a 2 g/dia de óleo de peixe (fonte de ácidos graxos ômega-3) em pacientes com DHGNA por um ano reduziu significativamente a concentração plasmática de triglicerídios, das enzimas hepáticas, da glicemia de jejum (que se encontram aumentados nestes pacientes) e do grau de esteatose hepática (acúmulo de lipídios no fígado).
 Ainda, trabalhos que analisaram o impacto da suplementação de vitaminas antioxidantes, como a vitamina E, mostram resultados promissores no tratamento esteatose hepática (MANDATO et al, 2004).
De acordo com vários estudos, a dieta corresponde à melhor alternativa na grande maioria dos casos de esteatose hepática, tanto para o controle e amenização dos sintomas quanto para a melhoria da qualidade de vida do paciente que apresenta essa disfunção hepática e deve ser sempre adequada às particularidades do mesmo. 


Post por Danyelly Lara

domingo, 6 de outubro de 2013

Curiosidade: Síndrome de fermentação intestinal

               No nosso corpo temos três fontes de energia - carboidratos, lipídios e proteínas. Um composto que os três tem em comum no processo de obtenção de energia é a Acetil-CoA. Por ter esse composto em comum, as vias de degradação do açúcar podem acabar levando a formação de gordura. Como já foi visto no post passado, pode ocorrer uma deposição anômala de gordura no fígado que irá consistir na esteatose hepática.                                                                                         Como já foi visto, a esteatose pode acabar evoluindo para uma cirrose. O açúcar atua nessa doença por meio da produção de gordura que pode provocar a esteatose e posteriormente a cirrose. Uma curiosidade que poucos sabem é que existe uma outra via no corpo (muito rara) para o açúcar causar cirrose: a Síndrome de fermentação intestinal. Nesta síndrome, a pessoa possui bactérias fermentadoras no intestino que irão fazer fermentação alcoólica e produzir etanol, que é um fator para que ocorra a cirrose. Com isso, podemos averiguar o quão perigoso o açúcar pode ser para o organismo humano associado a esta síndrome. Abaixo vai uma matéria sobre um caso dessa síndrome:


                                                                                                            Post por Mateus Félix

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Esteatose Hepática: conhecendo um pouco mais!!!

            O fígado humano possui pequenas quantidades de gordura. Essa característica não traz prejuízo para a saúde para a saúde. No entanto, existem certas condições em que esse acúmulo excede esse valor. Quando isso ocorre percebe-se que o fígado está acumulando gordura dentro do seu tecido. A essa condição da-se o nome de esteatose hepática, que pode ser chamada também de infiltração gordurosa do fígado. Trata-se de uma alteração morfofisiológica dos hepatócitos que ocorre em conseqüência de diversas desordens metabólicas.
Na imagem abaixo, são apresentados dois fígados, sendo um normal e um com esteatose

                                             Fígado normal versus fígado com gordura
            

A ilustração demonstra a diferença entre um fígado normal e um fígado esteatótico. Fica evidente que o segundo apresenta um tamanho maior e uma coloração amarelada.
            No caso de esteatose hepática leve (esteatose hepática grau 1 ou 2 ) não são percebidos sintomas ou complicações. O acúmulo de gordura no fígado é pequeno e não leva à inflamação do mesmo. No entanto, se esse acúmulo for grande e prolongado há um grande risco de lesões hepáticas. Quando esta gordura está em excesso e por muito tempo, as células do fígado podem sofrer danos, ficando inflamadas. Este quadro é chamado de esteato-hepatite ou hepatite gordurosa. Se não controlado, o esteato pode evoluir para cirrose hepática. Cerca de 20% dos pacientes que apresentam esse quadro desencadeiam essa evolução. A esteato-hepatite é um quadro mais preocupante que a esteatose, já que cerca de 20% dos pacientes evoluem para cirrose hepática.
           A descoberta dessa alteração pode acontecer das seguintes maneiras: caso o paciente apresente alterações em exames de sangue relativos ao fígado (a esteatose hepática é a causa mais comum de elevação de algumas enzimas do fígado em exames de sangue de rotina), aumento do fígado detectado ao exame físico realizado pelo médico, ou ainda por métodos de imagem, como a ultrassonografia de abdome, tomografia ou ressonância magnética.
          O que diferencia o acúmulo de gordura benigno da esteatose hepática do acúmulo de gordura prejudicial da esteato hepatite é a presença de inflamação no fígado. Normalmente, ambos os quadros não costumam causar sintomas, podendo causar prejuízo ainda mais danosos. Clinicamente é impossível distingui-los.
           É importante destacar que através dos exames de imagem nem sempre é possível diferenciar casos de esteatose, principalmente em fase avançada. A ultrassonografia, por exemplo, consegue se ver bem a gordura, mas não possui sensibilidade suficiente para se descartar ou confirmar a presença de inflamação no fígado.
        Muitos assuntos como tratamento, sintomas, causas, entre outros serão tratados futuramente. Portanto, não deixe de acompanhar o blog e enriquecer seus conhecimentos sobre esse assunto.

Referências bibliográficas:
http://www.hospitalsiriolibanes.org.br/hospital/especialidades/nucleo-avancado-figado/doencas
http - hepaticas/Paginas/esteatose-hepatica.aspx
http://www.mdsaude.com/2009/08/esteatose-hepatica.html
http://anatpat.unicamp.br/taesteatose.html

Post por Karellyne Barbosa